DÉFICIT GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO EM CRIANÇAS INSTITUCIONALIZADAS
DOI:
https://doi.org/10.71334/3085-6531.2025v2n1.e0021Palavras-chave:
Institucionalização, Crianças, Adolescentes, Desempenho motorResumo
Durante a infância, o cérebro é altamente plástico, o que significa que ele é capaz de se adaptar e reorganizar suas respostas com eficiência. No entanto, a institucionalização pode resultar em atrasos em habilidades motoras. Neste sentido, o objetivo deste artigo foi identificar as contribuições disponíveis sobre o desempenho motor de crianças e adolescentes institucionalizados. Trata-se de uma revisão de literatura, norteada pela pergunta “Existem déficits no desenvolvimento em crianças institucionalizadas?”, a busca ocorreu entre fevereiro e março de 2025, nas bases de dados Scientific Electronic Library Online e National Institutes of Health. Entre os principais resultados, destaca-se que foram encontrados na pesquisa ampla 228 estudos; destes, 207 foram excluídos devido à duplicação em ambas as plataformas ou por não responder à questão norteadora, como verificado pela leitura dos resumos. Os outros 21 estudos foram lidos na íntegra, e destes, 14 foram excluídos por tratarem de outras patologias ou por apresentarem desfechos divergentes do objeto de estudo. Ao final, foram selecionados 7 estudos para fazer parte do corpus da revisão e elaboração da pesquisa. O corpus abrangeu estudos randomizados, não randomizados, estudos comparativos e estudos transversais. Conclui-se que a institucionalização de indivíduos durante a infância e adolescência pode gerar importantes impactos no desenvolvimento motor, em aptidões motoras e sociais essenciais para a vida, e as mesmas são proporcionais ao tempo de institucionalização. Programas de intervenções contínuas podem ofertar estímulos com intuito de reverter os efeitos da institucionalização nesses aspectos.
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